Muito ouvimos falar a respeito do autismo, mas pouco sabemos ao certo sobre esse transtorno que afeta cerca de 1 a cada 54 pessoas, segundo um estudo realizado pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) em março de 2020. 

O CDC é uma agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, sediada na Geórgia, que tem o objetivo de proteger o país das ameaças à saúde e à segurança, tanto no exterior quanto em território americano. Para isso, conduz pesquisas e fornece informações de saúde em diversas áreas. 

E mesmo que o Departamento não seja brasileiro, o Brasil ainda usa os estudos do CDC como base, por não ter pesquisas concretas sobre a prevalência do transtorno no país.

 

O QUE É O AUTISMO?

Pertencente a um grupo de doenças do desenvolvimento cerebral, conhecida como TEA – Transtornos de Espectro Autista, o autismo apresenta um número relativamente grande de incidência, porém, foi apenas em 1993 que a síndrome foi adicionada à Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde. 

O atraso na inclusão do autismo entre as doenças é reflexo do pouco que se sabe sobre ela. Ainda não existe um exame genético capaz de afirmar com precisão a incidência da síndrome. Por esse motivo, o diagnóstico é baseado na observação comportamental do paciente, onde apresenta, geralmente, sintomas como dificuldade de comunicação, além de comportamento repetitivo

 

SINAIS DE AUTISMO

Segundo a APAE São Paulo, organização que atua no tratamento de deficiências intelectuais, podemos avaliar os sinais do autismo por meio de dez características apresentadas:

  1. Uma das principais características do autismo é a falta de interação com outras pessoas. Ou seja, sorrisos, gestos ou conversas são de pouco interesse do portador da síndrome.  
  1. Outra questão apresentada é o pouco contato visual, que interfere diretamente no olhar quando chamada pelo nome ou na falta de sustentação do olhar. 
  1. Por volta dos 6 a 8 meses de vida, os bebês começam a imitar atitudes e comportamentos dos adultos. Porém, esses comportamentos são inexistentes no caso de bebês que apresentam o transtorno. 
  1. A criança pode parecer desatenta, sem demonstrar interesse pelo que se passa ao redor e não atender quando chamado pelo nome.
  1. Apresenta dificuldade em atenção compartilhada, não demonstrando interesse em brincadeiras coletivas e parecendo não entendê-las. 
  1. Atraso na fala! Criança acima de dois anos que não fala palavras ou frases deve receber maior atenção.
  1. A criança não usa as mãos para indicar algo que quer, ou seja, não utiliza a comunicação não verbal. 
  1. Se incomoda com barulhos altos, por vezes, o levando a colocar as mãos nos ouvidos diante de tais estímulos. A criança também não se agrada com o toque de outras pessoas e, muitas vezes, se irrita com abraços e carinho.
  1. Suas brincadeiras costumam ser solitárias e com partes de brinquedos, como a roda de um carrinho ou algum botão, não se envolvendo com as brincadeiras dos colegas. 
  1. Apresenta movimentos incomuns, exemplos: chacoalhar as mãos, balançar o corpo para frente e para trás ou correr de um lado para outro, podendo ser mais intensos em momentos de fortes emoções, como felicidade, tristeza ou ansiedade. 

 

COMO É REALIZADO O TRATAMENTO

O diagnóstico do autismo é feito pelos profissionais de pediatria ou psiquiatra, através da observação e da realização de alguns testes de diagnóstico. Em caso de suspeita é importante ir ao médico para que seja ele a avaliar o desenvolvimento e o comportamento da criança, podendo indicar o que ela tem e como tratar.

O tratamento do autismo varia de acordo com o tipo que a criança apresenta e do seu grau de comprometimento, podendo ser realizado com uso de medicamentos prescritos pelo médico; Sessões de fonoaudiologia que auxilia na melhora da fala e da comunicação; Terapia comportamental para facilitar as atividades diárias; Terapia em grupo como foco em melhorar a socialização da criança.

Ainda não existe uma cura definitiva para o autismo, mas o tratamento pode trazer mais qualidade de vida à criança e familiares. Em alguns casos, caracterizados como leves, a ingestão de medicamentos nem sempre é necessária e a criança pode levar uma vida bem próxima do normal, podendo estudar e trabalhar sem restrições.